Alegratte

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Há gestos simples, pequenos brilhos, raios de arco-íris que mudam nosso olhar, nosso estar na vida. Milagres no existir que só nos tocam no tempo próprio, quando nossa viagem os pode sentir sem que se resumam a apenas mais um degrau, depois do anterior e antes do próximo. Por amor se pode mudar o mundo e por ele tantas vezes nos reconstruímos.

História do vegetarianismo

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Surgido há mais de 5 milhões de anos e visto hoje como solução para a sobrevivência do planeta, o vegetarianismo tem sua história.
Saiba mais.

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E se realmente gostarem?

Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo, No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também.

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Somos todos imortais

Teoricamente imortais, claro. Hipocritamente imortais. Porque nunca consideramos a morte como uma possibilidade cotidiana, feito perder a hora no trabalho ou cortar-se fazendo a barba, por exemplo. Na nossa cabeça, a morte não acontece como pode acontecer de eu discar um número telefônico e, ao invés de alguém atender, dar sinal de ocupado. A morte, fantasticamente, deveria ser precedida de certo 'clima', certa 'preparação'. Certa 'grandeza'. Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalada quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo 'eterno') cotidiano. A morte de alguém conhecido e/ou amado estupra essa precária arrumação, essa falsa eternidade. A morte e o amor. Porque o amor, como a morte, também existe - e da mesma forma, dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte - pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) - nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade.

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Hoje eu posso afirmar o quão frágil me sinto. Felizmente, não pela morte, mas pelo amor...

Fico quieta

Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e, portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão. Melhor, claro, em certo sentido que significa também o pior: as mais nobres paixões são também as mais cadelas, como aquelas que enlouqueceram Adele H., levaram Oscar Wilde para a prisão ou fizeram a divina Vera Fischer ser queimada feito Joana d’Arc por não ser uma funcionária pública exemplar.
Não sei como me defender dessa ternura que cresce escondido e, de repente, salta para fora de mim, querendo atingir todo mundo. Tão inesperada quanto a vontade de ferir, e com o mesmo ímpeto, a mesma densidade. Mas é mais frustrante. Sempre encontro a quem magoar com uma palavra ou um gesto. Mas nunca alguém que eu possa acariciar os cabelos, apertar a mão ou deitar a cabeça no ombro. Sempre o mesmo círculo vicioso: da solidão nasce a ternura, da ternura frustrada a agressão, e da agressividade torna a surgir a solidão. Todos os dias o ciclo se repete, às vezes com mais rapidez, outras mais lentamente. E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem...

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Série: Mes Photos Préférées

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Girl Holding Windswept by Bettmann Archive

Do you remember that I said that I have a secret? A scary secret?

- Yes.
- I want to tell you my secret now.
- Okay.
- I see people... I see Dumb people. Some of them scare me.
- In your dreams?
- No...
- When you're awake?
- Yes...
- Dumb people, like in movies and stories?
- No, walking around, like regular people... They can't identify each other. Some of them don't know they're Dumb.
- They don't know they're Dumb?
- I see idiots. They tell me stories... Things that happened to them... Things that happened to people they know.
- How often do you see them?
- All the time. They're everywhere. Sometimes you feel it inside. Like your brain is hurt, but you're really just listening. You ever feel prickly things on the back of your brain?
- Yes?
- And the tiny hairs on your arm. Are they all standing up?
- Yes.
- When they think, it gets Dumb. You won't tell anyone my secret, right?

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Você também vê idiotas? Eu sim. Eu sim.

Um amor em pétalas coloridas

É um menino lindo aquele que se infiltra em nosso coração, flor do nosso sonhar, janela de um amar que tem dias de sol e de chuva. Rebento de Primavera. Aromas telúricos de Outono. O olho por dentro me despindo do meu próprio corpo. Me arrepia este fundir, o anzolar de existires, como se o corpo de um fosse a alma do outro. E não o é?

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O problema são as pessoas.

Cansamos de carnaval, barulho, festa pra mais de 50 convidados, engarrafamento, praia lotada. Gente que fede, fala e entrega panfleto quando estamos atrasados pro trabalho. Estamos cansados de multidões e desejamos morar no mato num futuro próximo. Mas mato com internet a rádio, lógico. E canal a cabo. E sem insetos. E bons amigos. Nosso convívio social restringiu-se às horas de trabalho e estudo. No resto do tempo nos trancamos na salinha do computador. Não estranhe se você não encontrar uma foto do nosso rosto no perfil. Não somos feios, só não queremos que qualquer MALA nos reconheça. Deletamos amigos, testimonials, scraps. Bloqueamos pessoas no msn. Damos o número de telefone errado.

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Ah o verão que me mata de (...)

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Tang no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Mas o principal ponto do verão é... A praia! Ah, como é bela a praia. Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das velhas. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas. O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo mp3 enquanto dormem. As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva. Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem àquela vontade de fritar. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como camarão, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de truco e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical.

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Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa

Não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho! Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor... A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai enxugar suas lágrimas. Essa pessoa vai tirar seu sono. Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você. Vai estar o tempo todo pensando em você. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa. Nada aqui é certo! O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo". Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...

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Me, myself and I

Eu fiz alguns desenhos e tenho isto na cabeça o tempo todo. Sei exatamente como é. Sabia que tudo daria errado se eu comesse. Parece que os olhos ficam escuros. Você se sente muito mal se acha que devorou sua decisão. É como se a boca fosse um buraco negro com dentes. Fica cada vez mais presa nesta rede, e mais profundamente. E não vê que está vivendo com isto, vê que é isto. Quando as pessoas falam que você é anoréxica, na verdade é mais a anorexia e um pouco de mim. I'm a child anorexic.

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You really don't mind if you die, to be honest, because you're not that happy anyway. When they were telling me that you will die, I was thinking, 'Well you said that to me a week ago and I'm not dead now and I've lost more weight.

Une musique françois trés bonne!

Escrever é paliativo

Me dá um beijo paliativo? O mundo deve ser redondo de tanto as pessoas mudarem de lugar umas atrás das outras, ou fugirem umas das outras. Lá da sala, a música pergunta(?) Are you in?

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Touch Healing (Parte II)

Alteração Genética

Uma fazenda na Inglaterra aprisionou raposas selvagens para criação e exploração comercial de suas peles. A primeira geração foi mantida dentro de pequenas jaulas. Seus filhotes, já nascidos em cativeiro, tinham, naturalmente, menos agressividade e deixavam-se tocar e acariciar. Em poucas gerações, começaram a agir exatamente como cães domésticos, demonstrando carinho pelos tratadores e até abanando a cauda em sua presença. Até aí, nada de mais. O fenômeno ocorreu quando passaram a ser verificadas mutações físicas, como o aparecimento de um tufo de pêlo branco na cabeça, que as outras raposas não ostentavam, e muito menos as selvagens. Foram mutações assim que há dezenas de milhares de anos começaram a modificar os lobos e deram origem aos tão queridos cães domésticos. Hoje, com a engenharia genética, sabe-se que os cães simplesmente deixaram de desenvolver alguns genes dos lobos selvagens, assim como as raposas inglesas domesticadas. E por que isso ocorreria? No caso dos lobos e das raposas é muito claro. A natureza é seletiva. Se a descendência de um animal não precisa de um determinado gene para a sobrevivência sua herança genética vai sendo gradualmente modificada ao longo das gerações. E com o ser humano, que resultados positivos isso poderia ter? Será que reavivaria os genes recessivos do Homo amabilis?

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O toque Salva-vidas

Talvez o touch healing ajude a explicar em parte a baixa incidência de óbitos entre instrutores da nossa cultura. Por tudo isso, temos a convicção de que todos nós, com qualquer faixa etária, temos nossa saúde e expectativa de vida bem aumentada, entre outros fatores, também por sermos carinhosos e estarmos todo o tempo de mãos dadas ou nos abraçando, beijando, abraçando e afagando enquanto conversamos ou trabalhamos. Valorizemos isso. Não deixemos que essa qualidade tão rara se banalize. Sejamos gratos e reconhecidos a cada companheiro que nos transmita o seu carinho com o precioso touch healing !

Força Interior (Parte II)

O despertar da força interna pode acontecer pela exigência do destino - ou pela vontade.

As situações da vida são capazes de estimular a liberação de uma força que desconheciamos?

Cada pessoa é um Adam que pode virar He-Man pela invocação de seu poder, mas isso deve ser feito com convicção. O personagem de desenho animado que animou as crianças das décadas de 80 e 90 não levantava a espada e anunciava "Pelos poderes de Grayskull...Eu tenho a força!", a não ser que fosse necessário. Era o perigo que liberava a energia que transformava o fracote no fortão, o medroso no herói.
Na sociedade moderna podemos dizer que não corremos tantos perigos físicos, como acontecia em Eternia. Em compensação, corremos perigos emocionais ainda maiores, pois todos os dias somos assombrados pela possibilidade de fracasso, pelas perdas afetivas, pelos problemas profissionais ou financeiros, pelas dúvidas existênciais. E todos os dias temos a chance e a necessidade de anunciar nossa força, ainda que, as vezes, algumas pessoas não o façam.
Neste ano em que me preparo para entrar na faculdade de Psicologia, li ao livro Dr. Jivago, romance de Boris Pasternak, que conta a história de pessoas comuns atingidas pela revolução russa, provavelmente um dos períodos mais turbulentos que a sociedade já produziu. Lembro-me de ter sido dificil acreditar que tudo aquilo era verdade. Aquele sofrimento em cascata, uma desgraça atrás da outra. O jovem médico Yuri preso, afastado da família, sequestrado pelos bolcheviques para lhe prestar serviço e, ainda por cima, a dúvida entre o amor por sua mulher e a paixão por Lara.
Toda essa trama épica deixou em mim uma tatuagem emocional. Aliás, aprendi que podemos aprender muito sobre a alma humana através da literatura, principalmente dos clássicos russos. Eles retratam como ninguem a guerra, a injustiça, o inverno, a fome e a dor. E deixam claro que nada pode enfrentar a força do ser humano. O destino não nos pergunta se estamos dispotos, simplesmente apronta das suas.
Sim, a necessidade obriga. "O sapo pula por precisão, não pula por boniteza", diz o escritor Guimarães Rosa. A força interior existe, mas é virtual. Não pode ser percebida a não ser, quando ela é solicitada de verdade. E isso pode acontecer por dois motivos: por exigência do destino ou por ingerência da vontade. Ou por ambos.
"Ferramenta tens, não procures em vão", disse Fernando Pessoa em um de seus belos poemas que nos colocam em contato com nós mesmos. "Tenha o coração sensível e use a força da mente", termina seu verso. Sim, temos a ferramente dentro de nós, só precisamos usá-la.

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Grandes mistérios habitam
O limiar do meu ser,
O limiar onde hesitam
Grandes pássaros que fitam
Meu transpor tardo de os ver.

São aves cheias de abismo,
Como nos sonhos as há.
Hesito se sondo e cismo,
E à minha alma é cataclismo
O limiar onde está.

Então desperto do sonho
E sou alegre da luz,
Inda que em dia tristonho;
Porque o limiar é medonho
E todo passo é uma cruz.

(Fernando Pessoa, 2-10-1933)

Versos Íntimos - Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

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"Tome, doutor, essa tesoura e corte
Minha singularíssima pessoa."