First Feelings






Fotos: Igor Petry
Edição: Mariana Pellegrini

Salve Beaudelaire


É necessário estar sempre bêbado.
Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem tréguas.

Mas – de quê ? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.
Contanto que vos embriagueis.

E, se algumas vezes, sobre os degraus de um palácio, sobre a verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder:
- É a hora da embriaguez ! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embragai-vos sem cessar !
De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.


Status:


"Oh, como as vezes sentimos ímpetos de abandonar a mediocridade e a estupidez da verborragia humana, para nos refugiarmos na natureza, aparentemente inarticulada, ou na surdina dos longos e exaustivos trabalhos, do sono pesado, da verdadeira música ou de uma compreensão tácita e profunda que dispensa palavras".

Abaixo a Alienação Política!



Etimologicamente a palavra alienação vem do latim alienare, que significa "transferir para outrem o que é seu”.


"O pior analfabeto é o analfabeto político, ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."

- Bertold Brecht




Pax

"s'il n'existait pas Dieu, il faudrait l'inventer"

"...Vê, meu caro, no século XVIII houve um velho pecador, que declarou que se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo. E o homem realmente inventou Deus (?). E o estranho, o surpreendente, não seria o fato de Deus realmente existir; o que, porém, surpreende é que essa idéia - a idéia da necessidade de Deus - possa ter subido à cabeça de um animal tão selvagem e perverso como o homem, por ser ela tão santa, tão comovente, tão sábia e tão honrosa para o homem."


Quanto à mim a tempos decidi não pensar.
Foi o homem que inventou Deus, ou Deus que inventou o homem?

It's a brazilian jelly

E como já dizia alguem por aí:

"No Brasil, prostituta se apaixona, traficante cheira, cafetão tem ciúme, cristão é comunista, empresário é socialista, e oligarca se emociona."





As tontices anti-americanas, a ditadura, a democracia, etc e tal

Interessante. Hoje dando 'uma navegada' que deparei com um texto interessantíssimo do Reinaldo Azevedo, colunista da Veja - à propósito um dos melhores colunistas políticos da atualidade, falando sobre a interferência do EUA (inclusive) na política de países do Oriente, os quais, ainda não conseguiram construir a dita Democracia dos Ocidentais, o que provavelmente não ocorrerá de forma simples e prática. Achei relevante postar esse texto levando em conta as atuais manifestações que ocorreram desde o dia 25 de janeiro deste ano no Egito, e que ontem, ao que parece rumou para o-começo-do-fim com a declaração de Mubarak (quem viu/leu o jornal sabe). A questão é: Podem mesmo esse países atingirem a democracia, que mesmo nós ocidentais ainda não alcançamos (ao menos na prática) com o lobby da Irmandade Muçulmana, 'fungando - incansavelmente - no cangote' dos estadistas orientais?..

02/02/2011

às 5:59

As tontices antiamericanas, a ditadura, a democracia etc e tal

Aqui e ali, ouvem-se muxoxos acusando o governo americano de posar de grandes defensores da liberdade e, ao mesmo tempo, apoiar as tais ditaduras árabes. Huuummm… Vai ver essa gente acha que a “expedição democrática” ao Iraque é pouco e deveria se estender às demais nações — como se aquela guerra tivesse mesmo o objetivo de espalhar democracia.

Pode-se ser contra a invasão ou a favor dela, achar que foi necessária ou que foi um desastre, mas a democracia nunca teve nada a ver com isso. George W. Bush não decidiu ir à guerra para provar a Saddam Hussein a superioridade intelectual de Montesquieu e Tocqueville. Saddam não foi apeado por ser um ditador, mas porque era o ditador errado, ora essa! Nunca achei que alguém com mais de 15 anos tivesse essa dúvida. “Ditador errado para quem, cara pálida?” Bem, depende do lado em que você está ou do lado em que pensa estar — ou em que está efetivamente do ponto de vista político, intelectual e, em certo sentido, moral.

As ditaduras árabes são desprezíveis? São, sim, como todas as ditaduras. Só que há uma questão relevante aí: elas não foram instituídas pelo governo americano. São uma construção nativa. “Ah, mas o desmonte do colonialismo inglês na região…” Olhem, rende excelente literatura, como o magnífico “Os Sete Pilares da Sabedoria”, de Thomas Edward Lawrence, que rendeu o não menos magnífico filme “Lawrence da Arábia”, de David Lean. As questões que resultaram naquela divisão geopolítica estavam lá. Eu sei que certa visão da história quer sempre saber onde está a culpa, desde que esteja no Ocidente, é claro. Antes como agora, a história dos árabes é feita por eles próprios. O que esperavam? Que os EUA saíssem hostilizando governos amigos, impondo a sua noção de democracia e os seus valores?

Um regime democrático não se constrói sem valores, atores e estruturas que o sustentem . Não é um modelo a ser importado, mas uma escolha a ser feita na sociedade. O objetivo estratégico dos Estados Unidos no mundo árabe não é levar a sua “democracia”, mas manter uma paz que enfraqueça seus inimigos. Alguém está surpreso ou chocado com isso? Roma Antiga já fazia isso. Os Persas também. Com os gregos, não era diferente. A realidade existe.

“Mas então por que você condenou tanto a aproximação entre Lula e Ahmadinejad?” Porque aquele é um governo terrorista, que financia o terror além-fronteiras e porque está ocupado em construir uma bomba atômica com o claro e declarado propósito de ameaçar um outro país” — ou “varrê-lo do mapa”, na expressão daquele delinqüente. É claro que estou me referindo a Israel.

Algumas das ditaduras árabes têm contribuído para efetivamente combater o terrorismo islâmico, e eu considero necessário fazê-lo. Barack Obama, até outro dia o queridinho dos politicamente corretos, também deve considerá-lo, daí ter escolhido o Egito em 2009 para fazer seu discurso ao mundo islâmico. Assim, essa coisa estúpida, tolinha, de dizer que os EUA são contraditórios porque apóiam algumas ditaduras e combatem outras é só uma boçalidade supostamente generosa, quando não é ideologicamente orientada. Se eu tivesse de escolher entre a ditadura de Mubarak e a da Irmandade Muçulmana, ficaria com a primeira. “Ah, mas e os egípcios?” Bem, como eles não conhecem uma, podem odiar, e estão certos em fazê-lo, a outra. Sei o que acontece onde os frutos da Irmandade, como é o caso do Hamas, são governo. Hoje, os israelenses já não oprimem palestinos em Gaza; os terroristas o fazem — sem sistema judiciário organizado porque não precisa!


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Frase do dia

"Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo", Eça de Queiroz.

WikiLeaks x Brasil


Em um dos telegramas revelados, o ex-embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, diz que o presidente Lula terá sua gestão marcada pela corrupção entre seus "mais próximos aliados", pela "praga" de compra de votos no PT e por não ter dado uma resposta ao crime no Brasil. O documento, de 2008, também diz que o Bolsa Família ajudou Lula a se reeleger, em 2006. Segundo Sobel, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, contou que o atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, "odeia os Estados Unidos".

A diplomacia americana também criticou o Plano Nacional de Defesa, anunciado pelo presidente Lula em 2008. Os telegramas enviados a Washington, em janeiro de 2009, diziam que o então ministro do Planejamento, Mangabeira Unger , "daria mais importância à independência do que à capacidade militar ou ao uso eficiente de recursos". No documento, o diplomata critica a "falta de profissionalismo no serviço militar brasileiro", atribuída ao passado do PT. "A ênfase em benefícios sociais em detrimento do profissionalismo coincide com a visão de um presidente e outros líderes cujas carreiras na política começaram durante o regime militar e que agora querem minimizar a capacidade dos militares de se envolverem na área", afirmou.

Sobel classificou como "elefante branco" o submarino nuclear, cuja construção em parceria com a França foi anunciada em 2008. Criticou também a atividade de ONGs na Amazônia e a proteção das reservas petrolíferas, o que chamou de "paranoia" brasileira.

Em seus relatos, o diplomata conta também que autoridades brasileiras prenderam "vários indivíduos engajados em supostas atividades de financiamento do terrorismo no país", mas basearam sua detenção em acusações diferentes para "não chamar a atenção da mídia e dos altos representantes governamentais".

Outra preocupação do americano era com a segurança durante as Olimpíadas e a Copa do Mundo no Brasil. Os EUA disseram esperar atrasos nas obras, cujos padrões podem não atingir as expectativas.

Mensagens enviadas, em 2005, por outro diplomata - o então embaixador americano no Brasil, John Danilovich - revelaram ainda que o governo brasileiro se recusou a receber prisioneiros de Guantánamo, como proposto pelos EUA.

“A principal preocupação popular - crime e segurança pública - não melhorou durante sua administração de Lula”
Clifford Sobel, ex-embaixador americano no Brasil

“Os atrasos que esperamos do governo brasileiro em planejar e executar os trabalhos de preparação para uma Copa do Mundo e Olimpíadas com certeza vão gerar um ônus maior para o governo americano poder garantir que os padrões necessários serão alcançados”
Lisa Kubiske, ministra conselheira da embaixada americana no Brasil


Adios


Sabe que ultimamente tenho lido coisas super racionais e verdadeiras sobre o ultimo governa, que nos propicia uma breve pincelada do que provavelmente será o atual.
Um dos textos ótimos que li nos ultimos dias foi este que segue abaixo, realista, conciso, dando os devidos créditos a quem merece, enfim expondo a verdade que tantos brasileiros não veem, mesmo quando é ela esfregada e cuspida da Tv pra sua cara.

(Publicado originalmente dia 1° de janeiro de 2011)

Lula deixa um legado positivo em realizações, que não se pode negar:

A manutenção da estabilidade econômica que herdou dos antecessores Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), na qual se baseou o grande crescimento do PIB e a formidável geração de empregos ocorridos em sua gestão, ambos impulsionados por uma conjuntura internacional extraordinariamente favorável. E, entre outros aspectos louváveis, a marcante distribuição de renda, também estribada na “rede de proteção social” do antecessor FHC, que seu governo ampliou e aprofundou.

Em compensação, em matéria de herança maldita, o presidente que hoje deixa o Planalto…

* Viu seu governo ser tisnado por escândalos nos Correios, na compra de ambulâncias, na montagem de dossiês fajutos para prejudicar adversários, na transformação da Casa Civil em balcão de negócios.

* Desmoralizou o quanto pôde o Congresso Nacional, por meio de seu então braço direito, o chefe da Casa Civil, José Dirceu, que edificou umesquema de compra de apoio parlamentar, o mensalão, qualificado pelo procurador-geral da República como “formação de quadrilha”.

* Silenciou espantosamente diante da explosão do mensalão, para se pronunciar tardiamente dizendo-se “traído”, sem jamais apontar quem o traiu e por quê.

* Como parte do mesmo processo, fez composições com qualquer grupo político disposto a trocar apoio parlamentar por benesses governamentais, “não importando o quanto de incoerência essas novas alianças pudessem significar diante do que propunha, no passado, a aguerrida ação oposicionista de Lula e de seu partido na defesa intransigente dos mais elevados valores éticos na política”, como brilhantemente recordou o Estadão em editorial de 9 de setembro do ano passado. No saco de gatos governista o antes purista PT passou a conviver com o que há de pior na política brasileira, gente como José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Paulo Maluf e Fernando Collor.

* Envergonhou os brasileiros de bem quando comparou com bandidos comuns trancafiados em prisões brasileiras os dissidentes da ditadura cubana, e confraternizou com o ditador Raúl Castro no exato momento em que um deles morria em consequência de uma greve de fome.

* Envergonhou os brasileiros de bem estreitando laços com regimes ditatoriais, como os de Cuba ou do tenebroso Irã, ou com caudilhos autoritários como o venezuelano Hugo Chávez, e concordando em que o governo se abstivesse sistematicamente na ONU de condenar as violações de direitos humanos nesses países e em outros como a China, o Sudão e a Síria, aliando-se, na organização internacional, ao que há de pior em matéria de regimes autoritários.

* Desmoralizou as agências reguladoras, que deveriam ser órgãos técnicos e apartidários, para normatizar e fiscalizar áreas fundamentais da economia e da vida do país como o petróleo, as telecomunicações, a saúde pública ou a aviação, loteando-as entre políticos, cortando sua autonomia e reduzindo seus recursos no Orçamento.

* Desmoralizou o Tribunal Superior Eleitoral, zombando em público das sucessivas multas e advertências que recebeu por violar a lei ao fazer campanha para sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, em horário de trabalho e utilizando espaços e outros recursos públicos.

* Desmoralizou o Tribunal de Contas da União, ao apontá-lo seguidamente como entrave à execução de obras públicas nas quais a corte detectou problemas, e mandando seguir obras cuja paralisação havia sido determinada pelo TCU.

* Desmoralizou uma instituição que por décadas figurava entre as mais confiáveis entre os brasileiros, os Correios, aparelhando-0s politicamente e deixando que o que antes era um centro de excelência em ninho de corrupção.

* Desestimulou os brasileiros que se esforçam por estudar e avançar em seu progresso educacional, ao passar invariavelmente a impressão de orgulhar-se de não possuir um diploma universitário e de, mesmo podendo, não ter estudado além do ensino elementar.

* Desmoralizou com frequência a majestade do próprio cargo, transformando a figura do presidente em palanqueiro vulgar, encantado pela própria voz, proferindo uma catarata diária de discursos e frequentes e constrangedores disparates, que dividiu o país entre “eles” e “nós”, falou em “extirpar” um partido político legítimo, o DEM, e zombou do candidato da oposição à Presidência, José Serra (PSDB), quando este se viu envolvido em incidente provocado por baderneiros no Rio de Janeiro.

* Fez o possível para desmoralizar a História, ao martelar em seus discursos e, indireta e insidiosamente, na caríssima propaganda de seu governo, que o Brasil começou com sua chegada ao Planalto, há oito anos, quando “os brasileiros se reencontraram com o Brasil e consigo mesmos” — desconsiderando e desrespeitando o trabalho de antecessores, principalmente FHC, e agindo como se o que a propaganda oficial chama de “reencontros” não ocorresse em surtos desde, pelo menos, a Inconfidência Mineira (1789). E depois passando pela Independência (1822), a República (1889) e, mais recentemente, pelos anos JK (1955-1961), as esperanças suscitadas com a eleição de Jânio Quadros (1961), o “Brasil Grande” da ditadura militar, o extraordinário movimento das Diretas-Já (1983-1984), o surto de civismo que significou a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em janeiro de 1985, e a comoção gigantesca que acompanhou sua morte, em abril do mesmo ano, o delírio otimista do Plano Cruzado (1986), o apoio ao Plano Real (1994) e a eleição em primeiro turno de FHC (ainda em 1994).

Nesse sentido, não importam seus índices de popularidade: Lula deixa uma herança maldita.

E já vai tarde.



Coluna do Ricardo Setti na Veja.



Ars malévola

Um pequeno conto:

O escorpião aproximou-se do sapo que estava a beira do rio. Como não sabia nadar, pediu uma carona para chegar a outra margem. Desconfiado, o sapo respondeu:"Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o seu veneno e eu vou morrer."
Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião nas costas e começou a nadar.
Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme. Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porque de tanta crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
_ Porque essa é a minha natureza.


(continua.)