Frase do dia

"Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo", Eça de Queiroz.

WikiLeaks x Brasil


Em um dos telegramas revelados, o ex-embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, diz que o presidente Lula terá sua gestão marcada pela corrupção entre seus "mais próximos aliados", pela "praga" de compra de votos no PT e por não ter dado uma resposta ao crime no Brasil. O documento, de 2008, também diz que o Bolsa Família ajudou Lula a se reeleger, em 2006. Segundo Sobel, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, contou que o atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, "odeia os Estados Unidos".

A diplomacia americana também criticou o Plano Nacional de Defesa, anunciado pelo presidente Lula em 2008. Os telegramas enviados a Washington, em janeiro de 2009, diziam que o então ministro do Planejamento, Mangabeira Unger , "daria mais importância à independência do que à capacidade militar ou ao uso eficiente de recursos". No documento, o diplomata critica a "falta de profissionalismo no serviço militar brasileiro", atribuída ao passado do PT. "A ênfase em benefícios sociais em detrimento do profissionalismo coincide com a visão de um presidente e outros líderes cujas carreiras na política começaram durante o regime militar e que agora querem minimizar a capacidade dos militares de se envolverem na área", afirmou.

Sobel classificou como "elefante branco" o submarino nuclear, cuja construção em parceria com a França foi anunciada em 2008. Criticou também a atividade de ONGs na Amazônia e a proteção das reservas petrolíferas, o que chamou de "paranoia" brasileira.

Em seus relatos, o diplomata conta também que autoridades brasileiras prenderam "vários indivíduos engajados em supostas atividades de financiamento do terrorismo no país", mas basearam sua detenção em acusações diferentes para "não chamar a atenção da mídia e dos altos representantes governamentais".

Outra preocupação do americano era com a segurança durante as Olimpíadas e a Copa do Mundo no Brasil. Os EUA disseram esperar atrasos nas obras, cujos padrões podem não atingir as expectativas.

Mensagens enviadas, em 2005, por outro diplomata - o então embaixador americano no Brasil, John Danilovich - revelaram ainda que o governo brasileiro se recusou a receber prisioneiros de Guantánamo, como proposto pelos EUA.

“A principal preocupação popular - crime e segurança pública - não melhorou durante sua administração de Lula”
Clifford Sobel, ex-embaixador americano no Brasil

“Os atrasos que esperamos do governo brasileiro em planejar e executar os trabalhos de preparação para uma Copa do Mundo e Olimpíadas com certeza vão gerar um ônus maior para o governo americano poder garantir que os padrões necessários serão alcançados”
Lisa Kubiske, ministra conselheira da embaixada americana no Brasil


Adios


Sabe que ultimamente tenho lido coisas super racionais e verdadeiras sobre o ultimo governa, que nos propicia uma breve pincelada do que provavelmente será o atual.
Um dos textos ótimos que li nos ultimos dias foi este que segue abaixo, realista, conciso, dando os devidos créditos a quem merece, enfim expondo a verdade que tantos brasileiros não veem, mesmo quando é ela esfregada e cuspida da Tv pra sua cara.

(Publicado originalmente dia 1° de janeiro de 2011)

Lula deixa um legado positivo em realizações, que não se pode negar:

A manutenção da estabilidade econômica que herdou dos antecessores Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), na qual se baseou o grande crescimento do PIB e a formidável geração de empregos ocorridos em sua gestão, ambos impulsionados por uma conjuntura internacional extraordinariamente favorável. E, entre outros aspectos louváveis, a marcante distribuição de renda, também estribada na “rede de proteção social” do antecessor FHC, que seu governo ampliou e aprofundou.

Em compensação, em matéria de herança maldita, o presidente que hoje deixa o Planalto…

* Viu seu governo ser tisnado por escândalos nos Correios, na compra de ambulâncias, na montagem de dossiês fajutos para prejudicar adversários, na transformação da Casa Civil em balcão de negócios.

* Desmoralizou o quanto pôde o Congresso Nacional, por meio de seu então braço direito, o chefe da Casa Civil, José Dirceu, que edificou umesquema de compra de apoio parlamentar, o mensalão, qualificado pelo procurador-geral da República como “formação de quadrilha”.

* Silenciou espantosamente diante da explosão do mensalão, para se pronunciar tardiamente dizendo-se “traído”, sem jamais apontar quem o traiu e por quê.

* Como parte do mesmo processo, fez composições com qualquer grupo político disposto a trocar apoio parlamentar por benesses governamentais, “não importando o quanto de incoerência essas novas alianças pudessem significar diante do que propunha, no passado, a aguerrida ação oposicionista de Lula e de seu partido na defesa intransigente dos mais elevados valores éticos na política”, como brilhantemente recordou o Estadão em editorial de 9 de setembro do ano passado. No saco de gatos governista o antes purista PT passou a conviver com o que há de pior na política brasileira, gente como José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Paulo Maluf e Fernando Collor.

* Envergonhou os brasileiros de bem quando comparou com bandidos comuns trancafiados em prisões brasileiras os dissidentes da ditadura cubana, e confraternizou com o ditador Raúl Castro no exato momento em que um deles morria em consequência de uma greve de fome.

* Envergonhou os brasileiros de bem estreitando laços com regimes ditatoriais, como os de Cuba ou do tenebroso Irã, ou com caudilhos autoritários como o venezuelano Hugo Chávez, e concordando em que o governo se abstivesse sistematicamente na ONU de condenar as violações de direitos humanos nesses países e em outros como a China, o Sudão e a Síria, aliando-se, na organização internacional, ao que há de pior em matéria de regimes autoritários.

* Desmoralizou as agências reguladoras, que deveriam ser órgãos técnicos e apartidários, para normatizar e fiscalizar áreas fundamentais da economia e da vida do país como o petróleo, as telecomunicações, a saúde pública ou a aviação, loteando-as entre políticos, cortando sua autonomia e reduzindo seus recursos no Orçamento.

* Desmoralizou o Tribunal Superior Eleitoral, zombando em público das sucessivas multas e advertências que recebeu por violar a lei ao fazer campanha para sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, em horário de trabalho e utilizando espaços e outros recursos públicos.

* Desmoralizou o Tribunal de Contas da União, ao apontá-lo seguidamente como entrave à execução de obras públicas nas quais a corte detectou problemas, e mandando seguir obras cuja paralisação havia sido determinada pelo TCU.

* Desmoralizou uma instituição que por décadas figurava entre as mais confiáveis entre os brasileiros, os Correios, aparelhando-0s politicamente e deixando que o que antes era um centro de excelência em ninho de corrupção.

* Desestimulou os brasileiros que se esforçam por estudar e avançar em seu progresso educacional, ao passar invariavelmente a impressão de orgulhar-se de não possuir um diploma universitário e de, mesmo podendo, não ter estudado além do ensino elementar.

* Desmoralizou com frequência a majestade do próprio cargo, transformando a figura do presidente em palanqueiro vulgar, encantado pela própria voz, proferindo uma catarata diária de discursos e frequentes e constrangedores disparates, que dividiu o país entre “eles” e “nós”, falou em “extirpar” um partido político legítimo, o DEM, e zombou do candidato da oposição à Presidência, José Serra (PSDB), quando este se viu envolvido em incidente provocado por baderneiros no Rio de Janeiro.

* Fez o possível para desmoralizar a História, ao martelar em seus discursos e, indireta e insidiosamente, na caríssima propaganda de seu governo, que o Brasil começou com sua chegada ao Planalto, há oito anos, quando “os brasileiros se reencontraram com o Brasil e consigo mesmos” — desconsiderando e desrespeitando o trabalho de antecessores, principalmente FHC, e agindo como se o que a propaganda oficial chama de “reencontros” não ocorresse em surtos desde, pelo menos, a Inconfidência Mineira (1789). E depois passando pela Independência (1822), a República (1889) e, mais recentemente, pelos anos JK (1955-1961), as esperanças suscitadas com a eleição de Jânio Quadros (1961), o “Brasil Grande” da ditadura militar, o extraordinário movimento das Diretas-Já (1983-1984), o surto de civismo que significou a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em janeiro de 1985, e a comoção gigantesca que acompanhou sua morte, em abril do mesmo ano, o delírio otimista do Plano Cruzado (1986), o apoio ao Plano Real (1994) e a eleição em primeiro turno de FHC (ainda em 1994).

Nesse sentido, não importam seus índices de popularidade: Lula deixa uma herança maldita.

E já vai tarde.



Coluna do Ricardo Setti na Veja.



Ars malévola

Um pequeno conto:

O escorpião aproximou-se do sapo que estava a beira do rio. Como não sabia nadar, pediu uma carona para chegar a outra margem. Desconfiado, o sapo respondeu:"Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o seu veneno e eu vou morrer."
Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião nas costas e começou a nadar.
Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme. Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porque de tanta crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
_ Porque essa é a minha natureza.


(continua.)