stream of consciousness

fato. as pessoas do meu naipe estão diminuindo a olhos vistos no mundo. isso é massa, bacana, ok, saudável, ajuda o universo e tudo, mas também faz com que eu me sinta meio oprimida, às vezes. juro por deus. é uma sensação de que, no meio em que convivo, só eu ainda vivo de forma diferente(!?). só eu ainda não adquiri a visão e os novos e saudáveis hábitos deste milênio. dá pra entender?
só eu ainda fumo. só eu ainda bebo. só eu uso milhares de sacolas plásticas pra quase tudo na vida. só eu não separo a casca da banana do papel higiênico. só eu escuto e sou fã do vinil. só eu tomo banho demorado e escovo os dentes com a torneira aberta. só eu prefiro assistir a qualquer filme B a ficar vendo um documentário sobre as crianças surdas e cegas do burundi ou sobre a conturbada vida política na angola. só eu vou ao banco e fico na fila pra pagar as contas. só eu tenho pânico e pavor de exercício físico praticado em academia, açaí e tênis para esportes, e por aí vai. a lista das minhas diferenças ficaria imensa e me tomaria o dia todo escrever, se fosse o caso, todos os meus itens de fábrica que fazem com que eu ainda seja eu e não uma pessoa legal com opcionais da nova geração.
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sou tipo música infantil (comercial, claro) brasileira, em resumo. aquela coisa feita lá no começo dos anos 90 e que ainda rola até hoje ninguém sabe ao certo o porquê. já repararam isso? até hoje, pode escrever, todas as festinhas de criança são embaladas pela mesma xuxa que descia na nave e pelos mesmos trem da alegria do jairzinho e balão mágico do fofão. é batata.

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