Remexa na memória, na infância, nos sonhos, nos tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente, é lá que você está. Tem que por isso pra fora, enfiar o dedo na garganta. Depois, claro, você peneira esse vomito, amolda-o, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E não fique esperando que alguém faça isso por você. Na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente. Só não fique assim, engasgado.
Let me take you down
cause I'm going to
strawberry fields...
Uma homenagem a Caio F. Abreu e Cornelia Heidiger.
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