Movimento Cordialista - II

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Quando surge um movimento como este, criado como um vírus de laboratório, a primeira pergunta que todo mundo faz é quanto à sua utilidade. Estaria a literatura precisando de novas diretrizes? Estaria o cinema precisando de regras? Não estaria a arte suficientemente farta de vanguardas?
A resposta é estranha para aqueles que se acomodam na certeza da inutilidade.
É claro que a estética não necessita de paradigmas. A forma é seu próprio modelo. São os artistas que criam estilos para a arte e não o contrário. Mas os cordialistas não estão a serviço da arte. Nem das ideologias. Na verdade, não estamos a serviço de nada. O interesse desse movimento é estimular os homens a criarem obras que primem pela falta de responsabilidade com o passado e por isso possam renovar o prazer do futuro.
O Movimento Cordialista ergue-se na sombra de si mesmo. Não é a necessidade que move esta tentativa. Tampouco o interesse real e imediato em algo que possa ser visto agora. No momento em que o mundo se volta para a praticidade de coisas que dão errado, o movimento cordialista reivindica a força do inútil, a beleza do supérfluo. Fazemos o que queremos. E erramos onde pretendemos. Nossa religião é a ironia. Nossa única verdade é a vontade.

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