Brasil Monarquia (ou seria República?) Parte I

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A emancipação política do Brasil não trouxe mudanças significativas à vida cotidiana da aristocracia brasileira. Os homens das corte acordavam por volta das 7 horas da manhã. No segundo andar do palácio de São Cristóvão, o rei era vestido por seus camareiros: ceroula, camisa de seda, colete ricamente bordado a ouro e manto forrado de pano prateado com jóias incrustadas. Enquanto isso, no andar térreo do palácio os criados preparavam o desjejum do rei, composto por queijos, iguarias importadas de Portugal e um sem-número de frutas: abacaxis, refrescos de caju e maracujá, mamões, bananas, doces de goiaba e coco...
Ao mesmo tempo, a rainha e suas filhas também eram vestidas pelas camareiras e tomavam seu desjejum. Por volta das nove horas, ouviam a missa junto com o rei; permaneciam no palácio até meio-dia para almoçar em família. À tarde, a rainha e as filhas realizavam passeios pelas casas de campo em Mata Porcos e no Catete, ou visitavam as nobres da corte para conversar sobre as novidades: casamentos, novas modas trazidas da Europa... As aristocratas da corta – assim como seus maridos – tinham muito tempo disponível para o ócio e o lazer.
O rei, após assistir a missa de manhã, dirigia-se para a sala do trono, onde realizava audiências com o os ministros e altos funcionários, que moravam no palácio de São Cristóvão. Enquanto isso, outros funcionários e grandes comerciantes que moravam nas imediações do palácio iniciavam suas atividades. Desembargadores vestindo becas de seda negra e tendo ao pescoço o colar carmesim de Cristo, chegavam aos tribunais, ao passo que coletores de impostos, escriturários, artistas, cientistas e uma centena de outros funcionários também iniciavam suas atividades. Os grandes comerciantes por sua vez, inspecionavam suas lojas de importados.
Após o almoço, o rei também realizava passeios, indo desde a ilha do Governador até Botafogo. Em seguida, voltava para São Cristóvão para as recepções da noite – que eram numerosas -, as quais a rainha e as mulheres em geral não tinham acesso. Essas festas, com muita comida e bebida, costumavam se prolongar até tarde da noite.
Contudo, não faltavam oportunidades para as mulheres aristocratas participarem das reuniões sociais, que eram numerosas na corte. Em suas cadeirinhas, carregadas por escravos, elas compareciam à missa, momento de ostentação e re-afirmação social; participavam também das diversas festas religiosas que se espalhavam pelo ano: Natal, Páscoa, Pentecostes, Dias de Santos...
Estas ultimas quase sempre terminavam com luxuosos bailes nos palácios aristocráticos, onde se dançava e bebia durante toda noite.

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