Na estação francesa de Saint-Lazare, um homem salta uma poça. Um menino corre em um bairro popular no México. E um folião dorme num mar de jornais durante a coroação do rei George VI, em Londres. Imagens furtivas como essas, a um só tempo simples e desconcertantes, fizeram do francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004) o maior fotógrafo do século XX. Conhecido pela célebre formulação do "instante decisivo" - a capacidade de perceber o sublime em meio ao prosaico numa fração de segundo -, Bresson foi também um dos fundadores da lendária agência Magnum. Além de recusar o uso do flash, da cor e de manipulações em laboratório, Bresson jamais incomodava a cena. Ao disparar a câmera em direção ao mais anônimo dos cotidianos, como resumiu o filósofo Jean-Paul Sartre, ele fotografou a eternidade.
Photographier c’est mettre sur la même ligne de mire la tête, l’oeil et le coeur.
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